sábado, 5 de julho de 2008

Festival de Pipas de Hamamatsu



























Mais um Evento se foi e mais um se inicia.

Uma semana após ter participado como Voluntário do Anhembi eu fui ao Festival de Pipas de Hamamatsu.

Hamamatsu é uma cidade japonesa localizada na Província de Shizuku. É a maior cidade da Província com o maior número de dekasseguis brasileiros no Japão. Também é um importante centro industrial, com sede de várias empresas, como Honda, Yamaha, Suzuki, instrumentos musicais Kawai e Roland, além de outras fábricas com Panasonic e Sony. É famosa por produzir peças automotivas e intrumentos musicais, o que a torna conhecida como "Cidade da Música".

Conta a lenda que o festival originou-se há mais de quatro séculos, quando o Senhor Feudal do Castelo de Himuka, atualmente conhecido como Castelo de Hamamatsu, celebrou o nascimento de seu primeiro filho homem, e que seria também seu futuro herdeiro, empinando uma grande pipa com o seu nome. Até hoje em Hamamatsu mantém-se a tradição de soltar pipa quando nasce o primeiro filho homem de um casal.

Pela primeira vez esse Evento foi realizado no Estado de São Paulo. Foi um dia de muita música, Taiko e pipas, é claro.

Talvez esse seja um dos Eventos que me fez acordar o mais cedo possível. Eram 4:30 e eu já estava de pé. O ônibus que nos levaria até o Parque Tietê saía as 6h do Bunkyo.
Levantei quase morrendo. Só consegui levantar porque eu estava realmente disposto a participar. Tomei um banho para acordar, engoli o café e fui embora.

No caminho o céu era um preto só e o silêncio assustava. Entrei no metrô e fiquei espantado. Quantas pessoas a essa hora! Eu me esforçei muito para não dormir sentado. Chegando na Estação São Joaquim eu sai e começei a descer a rua. Por alguma razão meu corpo tremia. Não sei explicar o porque. Só sei que não conseguia controlar aquilo. Quando cheguei ao Bunkyo eu já me sentia mais firme.

Levei um susto ao ver que havia uma pessoa no local. Eu já conhecia aquela Voluntária. Seu nome é Gabriela, mas ela atende pelo nome Gabi.
Fui ao encontro dela. Conversamos e fiquei sabendo que durante a semana eles foram viajar para o Rio de Janeiro, aonde fizeram esse mesmo Evento. Já fiquei puto porque não soube disso. Fiquei mais puto ainda quando ela me contou que aconteceu um sorteio aonde o prêmio era uma espécie de sobretudo. E esse vestimento era lindo. Eu queria um de qualquer jeito!

Conversamos sobre muitas outras coisas e a medida em que os assuntos iam se desenrolando os outros Voluntários iam chegando. Quando era 6:30 o céu já se abrira, mas o tempo estava feio.

A Fernanda, pessoa que organiza a parte dos Voluntários nos comunicou que precisavam de 4 Voluntários para ficarem na Estação Tatuapé do metrô. Eu não queria ir. XD Ela ficou procurando alguém e quando me visou pela terceira vez eu decidi ir. Mais três meninas foram comigo. A Gabriela, Mayumi , outras duas do qual não me lembro agora(me desculpem) e outro organizador que eu também não consegui pegar o nome(me desculpe também).

Durante o trajeto todo elas não paravam de falar. Não que eu ache isso ruim. Pelo contrário. É muito bom. Eu sou quieto por natureza e na maioria das vezes necessito de alguém para conversar.

Chegando ao Boulevard Tatuapé, que fica do lado da Estação Tatuapé, nós fomos procurar uma vaga. Essa foi uma cena engraçada, pois as rampas para subir até o estacionamento eram em forma de espiral. O motorista do carro, que era um dos organizadores do Festival disse que já havia subido aquela rampa a 60Km/h. Ele quis fazer isso denovo. Foi muito divertido. As meninas quase morreram.

Depois de subir três andares em estilo Drafting nós finalmente chegamos ao último piso.
Descemos do carro, pegamos os coletes e o banner e fomos para o metrô.

Fazia um frio desgraçado lá dentro. Eu estava com um casaco e ainda sentia frio.
Chegando no metrô nós fomos falar com o pessoal que fica responsável pela administração daquela estação. Depois de tudo acertado era só escolher um local aonde as pessoas que saissem da catraca conseguissem nos avistar.

Eram 10h e o movimento ainda estava meio fraco. Só foi melhorar lá para o 12h. Mas nesse horário eu já estava saindo da Estação. Peguei o ônibus gratuito que saía do Tatuapé e parava em frente ao Parque Tietê. Uma reclamação! Durante o atendimento ao que iam pegar o ônibus nós fomos confundidos várias vezes com o pessoal da SPTrans. Nosso uniforme era amarelo banana. Vinha cada um perguntar coisas que eu nem fazia idéia. Coisas do tipo: "Aonde fica rua tal?" Sei lá aonde fica. Pergunta para alguém do SPTrans. Eu sou apenas um Voluntário. E se não soubessemos responder a pessoa ficava brava!

Ainda bem que eu sai de lá. Já estava quase socando um!

No ônibus eu fui conversando com uma senhora muito simpática. Ela era professora primária. Conversamos sobre o futuro, sobre a faculdade e cursos. Quando chegamos ao local ela se despediu e desceu do ônibus. Eu esperei todos descerem.

O Parque ficava do outro lado da Rodovia Ayrton Senna. Era preciso atravessar uma passarela que dava fim na entrada.
Fui até a Central de Voluntários e reencontrei o pessoal que estava comigo no Bunkyo esperando o ônibus. Eu percebi que todos usavam aquele vestimento que eu queria. Perguntei para a Fernanda como eu poderia adquirir um. Ela me disse que só quem fosse puxar a pipa ou só quem estivesse dentro da barraca dos Voluntários poderia ter um.
Eu até iria puxar a pipa, mas já tinha um grupo formado. Ah, e vocês pensam que essas pipas são do tamanho normal? Que nada! Para puxar uma coisa dessas eram precisos 30 Voluntários!

Eu só consegui ver uma dessas pipas no ar. Mas ela subir e desceu rapidamente. Depois disso não subiram mais nenhuma.

Sem muito a se fazer eu fiquei entregando folhetos junto com outra menina, que na minha observação era Voluntária nova.

Depois disso eu fui almoçar. Fiquei enrolando um pouquinho. O tempo finalmente abriu e o sol estava muito bom. Depois voltei e fui direcionado para a Área de Alimentação. Minha função era deixar a mesa sempre limpa para os que nela viessem comer e mandar a bandeja para a cozinha.
Fiquei lá por um tempo. Foi bastante divertido.

Deu 16h e eu já não precisava mais ficar ali. Então sentei em uma mesa com outro Voluntário e ficamos conversando. Depois fui até a Central e a Fernanda me informou que a apresentação de Taiko iria começar. Antes de assistir eu dei uma volta pelo parque, voltei e me sentei pelo gramado. Foi então que algo inesperado aconteceu! Durante a apresentação eu acabei pegando no sono. Foi uma luta brava contra ele, afinal não queria que me vissem naquele estado.
Finalmente o Taikô acabou. \o/

Me levantei e fui até a Central. Estavam distribuindo pipas às crianças. Meu Deus! Dava para perceber pelos trajes que as crianças eram de classe probre. A felicidade delas era tão grande que seus olhos brilhavam. Tivemos problema com a formação da fila. Muitas dessas crianças furavam fila e pegavam uma quantidade de pipas acima do permitido.

Depois dessa confusão toda nós começamos a nos preparar para irmos embora. Haviam dois ônibus. Um que parava na Liberdade, da onde saímos, e outro que parava na Estação Tatuapé.
Encontrei uma Voluntária, a Mitchiko, amiga que fiz na Semana Cultural. Voltei no ônibus com ela. Durante o trajeto de volta eu me recordei dos tempos de escola. Não se podia dormir. Se dormisse você iria sofrer algum tipo de brincadeira.
Mas foi engraçado. Até que teve alguns momentos em que todos dormiram. A exaustidão era grande demais.

Logo chegamos a Liberdade. A maioria ainda ia para o bar. Eu acompanhei a Mitchiko até uma parte do caminho para a Estação São Joaquim. Depois fiz o trajeto sozinho.

Esse Evento foi ótimo. Sinto que a cada Evento que participo eu consigo me soltar mais, embora eu ainda esteja bem travado. Mas creio que durante o Festival do Japão eu já estarei melhor, falando mais, brincando mais e debatendo assuntos do nosso cotidiano.

Obrigado a todos amigos Voluntários que fizeram da minha vida um momento eterno de alegria e tristeza, de calma e raiva e de me fazer sentir um novo Thomás.

5 comentários:

Anônimo disse...

Hahaha, ser confundido com carinha da SPTrans xDD~

Esse evento parece que foi bem melhor do que o dos outros posts. ^^
Mas dormir antes do evento faz bem, viu... =P

Rabay disse...

Imagino o motorista falando
"Ah uma vez subi essa rampa a 60 por hora"
"Humm, legal"
"Vou fazer isso de novo"
E depois gritos estridentes XD

Mas eh isso ae, legal que está gostando dos eventos, vou ver se vou mesmo nesse tal de Tanabata com vcs =D

Ivan Yukio disse...

No fundo, Thomás gostou de quase estourar-se contra a parede do shopping, estando bem acompanhado lol

Nefelibata disse...

Estando bem acompanhado, a gente faz a maioria das coisas XD

Mas vem cá... como assim, 30 pessoas por pipa?! Qual era o tamanho delas? Não deviam nem ter linhas, mas cordas! o.O

Como é isso?!

Thomás disse...

Olha cara. Tamanho em medidas eu não sei exatamente. Eu posso te dizer uma coisa. Eram pipas muito, mas MUITO maiores do que essas que vemos na mão de meninos de rua. Essas pipas eram uma das grandes atrações e um dos chamativos do Evento. Sim, era linha que conectava a pipa à pessoa. Eu não cheguei a assitir, mas tem todo um preparatório para as pessoas que irão empiná-la.